A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou e abateu uma aeronave de matrícula venezuelana que transportava drogas, depois que esta entrou ilegalmente no espaço aéreo do Brasil, no último dia 11 de fevereiro.
O avião foi detectado e plotado voando baixo assim que entrou em espaço aéreo controlado pelos radares de fronteira brasileiros, e após uma primeira tentativa de contato dos controladores de voo, que não foi respondida, foi dada a ordem para acionamento de um treinador avançador Embraer EMB-314 Super Tucano armado com munição real para investigar e se necessário, interceptar o intruso.
A interceptação aérea, realizada perto de Manaus como parte da Operação Ostium, ressalta os esforços intensificados do Brasil para combater o tráfico de drogas em suas fronteiras.
O aparelho, sem identificação, cruzou o território brasileiro e ignorou repetidas ordens da Defesa Aérea para alterar seu curso e aterrissar, sendo acompanhado por uma aeronave Super Tucano armada com metralhadoras todo o tempo, o avião enviado pela Defesa Aérea posicionado em um ponto cego do voo hostil.
Após o Super Tucano se mostrar, tentar contato de rádio na frequência de emergência internacional, repetidamente enviar ordens por rádio e sinais convencionados com as mãos, este foi autorizado a emitir tiros de advertência, que mais uma vez ficaram sem resposta.
A partir daí, o avião bimotor leve, de tipo comum naquela região, foi classificado como hostil de acordo com o Decreto nº 5.144 de 2004, que rege o uso da força pelo Brasil contra ameaças aéreas.
Um Tiro de Detenção foi executado, diversos projéteis de 12,7mm atingindo os dois motores do avião intruso fazendo com que este caísse em uma área de floresta perto de Manaus.
No local do impacto com o solo, as autoridades policiais enviadas encontraram destroços queimados e dois pilotos mortos, além de uma quantidade significativa de drogas de tipo ainda não confirmado, provavelmente pasta de cocaína.
Operação Ostium
A Ostium é uma operação de reforço na vigilância do espaço aéreo sobre a região de fronteira do Brasil, realizada de forma permanente pela Força Aérea Brasileira.
O objetivo é coibir voos irregulares que possam estar ligados a crimes como o narcotráfico.
Em 2019, foram realizadas ações como interceptação que ocorreu no norte de Corumbá, em Mato Grosso Sul, de uma aeronave que vinha da Bolívia com aproximadamente 500 kg de pasta base de cocaína e também a de um monomotor carregado com cerca de 330 kg de cocaína que entrou no espaço aéreo brasileiro sem ter apresentado plano de voo.
Ambos foram abatidos.
A vigilância do espaço aéreo brasileiro é realizada 24 horas por dia pela FAB por meio de uma rede de radares que cobre todo o território continental do país, além de partes do Oceano Atlântico.
Para reforçar a cobertura, são utilizados ainda aviões-radar E-99 'Guardião', baseados em Anápolis (GO) e operantes em todas as regiões.
Essas informações são reunidas em Brasília (DF) no Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) que pode, de acordo com a necessidade, acionar aeronaves de caça em qualquer parte do País.