Akash NG para o Exército, Manutenção de Submarinos para a Marinha: O Fator Índia em ação.
EDICIÓN
| INFODRON | INFOESPACIAL | MUNDOMILITAR | TV
Empresas (Portugués) >

Akash NG para o Exército, Manutenção de Submarinos para a Marinha: O Fator Índia em ação.

Uma nova etapa dessa agenda ocorrerá no segundo semestre do ano, com a visita de uma delegação militar brasileira de alto nível ao país asiático
Capa brasil india 2024
|

Em maio de 2024, o Embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy, acompanhado do seu Adido Naval, Coronel Ravi Nanda, visitou a Empresa Estratégica de Defesa EMGEPRON para conhecer e analisar novas oportunidades de negócios no setor de Defesa entre os dois Países, na sequência das Conversações de Alto Nível 2+2 Brasil e Índia 2023, que prepararam o ambiente para a visita presidencial brasileira a Índia ao final daquele ano

Uma nova etapa dessa agenda acontece no segundo semestre corrente com a visita de uma comitiva militar brasileira de alto escalão a Índia, prevista para acontecer entre agosto e setembro de 2024. 

Na agenda das autoridades brasileiras e indianas, está a finalização de um Memorando de Entendimento (MoU) sobre a manutenção dos submarinos `Scorpene' no Brasil e na Índia, foco principal das negociações bilaterais.

Submarino INS VelaO submarino Scorpene INS Vela (S24) da Marinha Indiana. Firma: INS

O Brasil, com a sua frota de submarinos da classe Scorpène, e a Índia, que possui um robusto programa de submarinos domésticos, incluindo modelos Scorpéne, poderão se beneficiar enormemente do intercâmbio tecnológico e da cooperação mútua.

As discussões também explorarão potenciais aquisições de aeronaves militares de transporte para a Índia e tecnologias para defesa antiaérea, área que o Brasil ainda é  bastante deficiente pois só atua na baixa altura com canhões antiaéreos, MANPADS de curto alcance e radares de baixa altura SABER M60.

No caso do proposto KC-390 Millennium, e dentro dos preceitos "Make in India", a compra do avião brasileiro para modernizar a aviação de transporte das forças militares indianas com cerca de 80 aeronaves novas seria feita com a montagem final e parte da produção da aeronave na Índia, em um acordo abrangente que poderia incluir a fabricação local dos jatos comerciais E2 E-Jet em paralelo.

Kctao marcao goianiaO KC-390 Millennium da Embraer poderia ter uma linha de montagem na Índia. Firma: Marco Aurélio C. Ramos

Quanto ao processo de aquisição do sistema antiaéreo Akash NG, este assume um caráter estratégico, já que o EB pretende acelerar a introdução dessa capacidade através de acordo internacional, como demonstrado na Portaria EME/C Ex. No. 1.338/2024 em 21 de junho de 2024

A Bharat Electronics (BEL), empresa que fabrica o Akash NG em conjunto com o Defence Research Development Organisation (DRDO), orgão estatal do Governo Indiano, estaria ultimando preparativos para abrir um escritório comercial no Brasil, na cidade de São Paulo, com vistas a sua participação em uma licitação prevista para o ano de 2024. 

No saldo das recentes visitas de militares brasileiros a Índia e a China, estabeleceu-se um padrão onde a mídia indiana cita uma disputa entre o Akash NG contra o Dragon 50, sistema de defesa antiaérea de fabricação chinesa (NORINCO), e a mídia brasileira atribui uma preferência do Exército pelo sistema indiano enquanto classifica o equipamento chinês como menos avançado tecnologicamente.

RCI 3Os diferentes componentes e tecnologias que fazem parte do míssil Akash NG. Firma: BEL Eletronics/DRDO

Preferências a parte, existem outros pontos que precisam ser debatidos entre Brasil e Índia, um deles a firma recusa indiana em aceitar qualquer tipo de integração de sensores brasileiros ao setup final do Akash NG, condicionando a venda desse SAM na configuração "do fabricante" de ponta a ponta.

Um dos motivos para essa recusa dos indianos poderia ser o atraso verificado no desenvolvimento de radares brasileiros da Embraer, do tipo M200 Multimissão, um produto intermediário para um radar maior de longo alcance, desenvolvido a partir do M60 para cobrir a baixa altura e altualmente na versão M200 Vigilante, específica para baixa altura e curto alcance, mas com capacidade multi-alvos ampliada.

Akash NGO míssil Akash NG em voo. Firma: BEL Eletronics/DRDO

Míssil de Cruzeiro Supersônico

A mídia indiana também repercute o interesse brasileiro no míssil supersônico de cruzeiro Brahmos, junção do nome dos rios Brahmaputra e Moskva, já que originalmente, o míssil foi o resultado uma joint venture entre o DRDO e a empresa russa NPO Mashinostroenia.

O míssil Brahmos, que pesa cerca de 2.500 kg, consegue transportar tanto uma ogiva convencional quanto nuclear pesando até 300 kg

O sistema foi desenvolvido ao longo de 20 anos pelos indianos para ser usado em versões disparadas por navios e sistemas postados em terra, além de ser aerolançável por aeronaves de ataque ou caças pesados. 

O alcance difere dependendo da plataforma de lançamento. 

Do mar e da terra, o BrahMos atinge alvos de até 500 km, e com o lançamento a grandes altitudes em velocidades supersônicas, pode ter seu alcance ampliado para cerca de 800 km.

Brahmos cut out 3O Brahmos em sua configuração original, de primeira geração. Firma: Brahmos

 

Na atualidade, os indianos não dependem mais da parceria com a Rússia e controlam 100% do processo produtivo e tecnologias utilizadas no míssil, que encontra-se em serviço nas Forças Armadas do País em quantidades crescentes.

Recentemente, o sistema foi exportado para as Filipinas (três baterias por US$ 375 milhões) para atuar como defesa costeira e se contrapor a uma possível agressão chinesa.

No caso do interesse brasileiro, tudo indica uma aquisição de baterias costeiras montadas em caminhões pesados 8x8, já que as atuais fragatas classe Tamandaré entrando em serviço aparentemente não possuem boca e calado suficientes para receber a integração do módulo vertical de lançamento do Brahmos, ou espaço na proa para o lançador inclinado. 

Cada míssil tem quase nove metros de comprimento e o módulo de lançamento ocuparia um volume importante de espaço na proa do navio, em qualquer das opções.

Para operar embarcado com lançadores verticais ou inclinados, esse míssil é mais adequado instalado em fragatas maiores, na casa de seis mil toneladas, ou destroyers missilísticos a partir de 7.000 toneladas de deslocamento.

Brahmos1O míssil Brahmos NG. Firma: Brahmos



Los comentarios deberán atenerse a las normas de participación. Su incumplimiento podrá ser motivo de expulsión.

Recomendamos


Lo más visto