A Saab ofereceu à Marinha do Brasil caça-minas classe Landsort / Koster, especializados em caçar/varrer minas através de varreduras mecânicas, magnéticas e acústicas.
A empresa sueca almeja um contrato de construção de até 20 navios dos quais os dois propostos seriam o começo. Desta forma, o presidente da Saab Kockums, Gunnar Wieslander, espera "lançar a próxima geração de navios do Brasil". Esses navios caça-minas varredores estão na base naval sueca de Karlskrona, disponíveis e aguardando uma decisão do Ministério da Defesa brasileiro.
Esta oferta da Saab ao Governo do Brasil vem após o contrato assinado em 2015, estimado em 5.000 milhões de euros, para a aquisição, pela Força Aérea Brasileira (FAB), de 36 aviões de combate de quarta geração Gripen NG. A empresa sueca espera repetir o mesmo modelo de negócios para a Marinha do Brasil, começando com a venda das duas classe Landsort / Koster MCMV47 e um programa binacional posterior de até 20 navios nos próximos anos.
Segundo o presidente da Saab Kockums, Gunnar Wieslander “As novas negociações da oferta sueca envolvem o mesmo modelo de negócios empregado no contrato dos jatos Gripen's, ou seja, produzir no Brasil a próxima geração de navios destinados a Marinha do Brasil com transferência de tecnologia e conhecimentos para industrializar e trabalhar com material composto. A venda das duas embarcações de minagem/varredura da classe Landsort/Koster, que podem ser atualizados com novos radares e sondas/submersíveis remotamente controlados, abriria caminho para um segundo passo, a produção no Brasil da nova geração de navios com transferência de tecnologia para empresas brasileiras. Objetivamente falando, a Saab quer liderar a construção da nova geração de corvetas atualmente em desenvolvimento para a Marinha do Brasil, atuando como parceiro preferencial”.
O presidente da Saab Kochums vê muitas sinergias entre as necessidades brasileiras e suecas, "para que possamos trabalhar juntos em uma nova corveta, teremos de observar diferenças entre a versão sueca e a brasileira, por exemplo, a versão “BR” precisaria ser maior do que a sueca por causa das características geoestratégicas. Os suecos operam no Mar Báltico com ondas de três a quatro metros, enquanto no mar Atlântico as ondas podem chegar a dez metros. Essas adaptações podem ser feitas sem problemas" informa o executivo.
Por outro lado, Wieslander acrescentou “O importante ao fazer uma aquisição de novos navios e novos sistemas de defesa é comprar algo que seja bom o suficiente para ser usado, porque se a manutenção for muito cara, os navios ficariam na maioria das vezes no porto parados" conclui.
O sistema de minas sueco: MCMV47 Koster
O papel do MCMV47 Koster é atuar principalmente na caça às minas. Sua função secundária é a de desminagem, onde pode atuar como uma plataforma de comando e controle para drones (que ele é capaz de transportar) ou arrastando uma varredura mecânica.
Ao contrário dos caçadores de minas mais antigos, a classe MCMV47 Koster foi concebida como uma embarcação multifunção, sendo capaz de realizar várias tarefas da guerra de minas e ainda participar de uma guerra anti-submarino, se necessário. A classe MCMV47 Koster está equipada para a caça e desminagem de minas. Quatro tipos diferentes de veículos subaquáticos são usados para detectar, identificar, classificar e neutralizar qualquer tipo de mina.
Devido à grande variedade de missões de guerra de minas, muitos requisitos específicos foram levados em consideração no projeto da classe MCMV47 Koster, como alta resistência a explosões sob a água, boa manobrabilidade, proteção das partes habitáveis contra guerra nuclear, biológica e química (NBC) compatibilidade eletromagnética (EMC) e casco construído especificamente para realizar contramedidas de minagem (amagnético).
Para a dragagem de minas, a classe Koster está equipada com sistemas de varredura mecânica e também pode atuar como plataforma de comando e controle para drones de remoção de minas não tripulados. Dependendo dos requisitos do cliente, o navio inclui sistema MCM de comando e controle, sonar de caça às minas, sonar de profundidade variável (PVDS), sistema de posicionamento subaquático, veículos de remoção de minas (MDV), câmara hiperbárica e provisões para descompressão de mergulhadores, navegação e sistemas de comunicação digitalizados.
Toda a estrutura do casco e do convés é feita de plástico reforçado com fibra de vidro (GRP), um método especial de construção em forma de sanduiche (camadas sobrepostas) desenvolvido através de uma estreita cooperação entre a Administração Sueca de Materiais de Defesa (FMV) e Saab.
O material composto é não corrosivo e não degradante. Também é fácil de reparar e requer manutenção mínima, precisando apenas do básico, como limpeza e pintura. Isso melhora o custo da manutenção do ciclo de vida, aumenta a expectativa de vida do casco e reduz o custo total do ciclo de vida.