J. A. de Araujo Lampert Brasil: "Ainda não temos um orçamento definido para a construção de barcos de patrulha oceânica"
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J. A. de Araujo Lampert Brasil: "Ainda não temos um orçamento definido para a construção de barcos de patrulha oceânica"

João Alberto de Araujo Lampert
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A Marinha do Brasil tem como missão defender mais de 7.000 quilômetros de litoral, uma Zona Econômica Exclusiva rica em recursos naturais vitais para o futuro do país e ainda precisa manter as rotas marítimas comerciais seguras, pois é pelo modal marítimo que mais de 90% do comércio acontece.

Novas ameaças, como a pesca predatória ilegal no Atlântico ou a cada vez maior presença de piratas do Golfo da Guiné, dentre outras, demandam novas capacidades e respostas mais incisivas por parte da Marinha do Brasil.

Para entender esse complexo quadro de responsabilidades navais, entrevistamos o contra-almirante João Alberto de Araujo Lampert, diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha.

Qual o papel do Emgepron na realização do novo programa de navios de apoio da Antártica? O barco será feito no Brasil?

O modelo de negócio estruturado para contratação da construção, no Brasil, de uma Embarcação de Apoio Antártico (Napant), a partir da seleção da melhor oferta final (BAFO) negociada pela Marinha do Brasil, terá a participação da Empresa Gestora de Projetos Navais ( Emgepron), como parte contratante. A Marinha do Brasil, por meio da Diretoria de Gestão do Programa da Marinha, apresentou o Pedido de Proposta nº 40005 / 2020-001 de 1º de junho a 15 de julho, cujo objetivo é selecionar a melhor proposta para aquisição de Napant para construção no Brasil. Em 30 de novembro de 2020, o prazo para apresentação de propostas de projetos encerrou-se com o recebimento de quatro propostas comerciais das seguintes empresas: Astilleros Damen Gorinchem e Wilson Sons Estaleiros Ltda; Grupo Marino Semcorp - Estaleiro Jurong Aracruz Ltda; Glosten Inc e Sacanb Offshore Ltda; e Itaguaí Construções Navais S / A e Kership S.A.S.

Qual é a situação do Programa de Navios de Patrulha Oceânica hoje?

A obtenção de patrulhas oceânicas está prevista no programa Pronapa conforme estabelecido no Plano Estratégico da Marinha 2040, mesmo sem previsão orçamentária definida. Já para os barcos-patrulha de 500 toneladas, os barcos-patrulha Maracanã e Mangaratiba estão em construção no AMRJ e ficarão prontos em 2022 e 2023, respectivamente. No que se refere ao projeto nacional, o projeto básico de engenharia do navio está em fase final de elaboração, sob a coordenação da Emgepron. Atualmente, a Marinha do Brasil opera com dois barcos patrulha 500, Macaé e Macau.

Quando está prevista a entrega da primeira fragata Classe Tamandaré?

O programa da Classe Tamandaré avança com previsão de entrega de navios a partir de 2025. Com base no detalhamento progressivo do projeto, a aquisição de sistemas e melhorias serão realizadas pela SPE Águas Azuis, sob supervisão da Emgepron e da Marinha. É importante destacar que este programa possui cláusulas mínimas de serviço de conteúdo local, de forma a incorporar tecnologias desenvolvidas e produzidas localmente, bem como a favorecer o desenvolvimento de outras, aderentes ao projeto, através do protocolo de transferência de tecnologia. A obtenção de equipamentos e sistemas de abastecimento de longo prazo pelas partes vinculadas ao programa é motivo de especial preocupação, com o objetivo de garantir o período de abastecimento adequado aos futuros navios, testados e equipados de forma satisfatória.

A campanha de qualificação do armamento do submarino Riachuelo está prevista para 2021?

El Riachuelo, o primeiro dos quatro S-BRs, fará a fase final dos testes de aceitação no mar em 2021. A conquista deste importante marco permite a continuidade dos testes com o sistema de combate. Esses testes, que envolvem o comissionamento e aceitação dos sensores e armamentos do submarino, exigem que a plataforma e sua tripulação atinjam um alto grau de treinamento. O principal marco a ser alcançado nessa fase de testes é o lançamento bem-sucedido de armas (torpedo F21 e míssil SubExocet), previsto para o terceiro trimestre de 2021. Em seguida, o Riachuelo será transferido para o Setor Operacional da Marinha.

Como é o programa de treinamento da tripulação de submarinos classe Riachuelo?

O programa de treinamento de tripulações de submarinos classe Riachuelo foi inicialmente concebido pela contratação, por meio do Grupo Naval, de um plano de treinamento específico, que consistia na transferência de conhecimentos técnicos e táticos aplicados pela Marinha Nacional da França aos seus submarinos de ataque nuclear (SNA). Tais procedimentos e coleta de conhecimento foram adaptados e submetidos aos militares que servirão nos submarinos da classe Riachuelo, derivados da classe Scorpène original. Este plano está contido em um processo mais amplo de transferência de tecnologia (ToT), previsto em contrato específico no âmbito do Prosub. A formação de destaque teve como objetivo formar a primeira tripulação, bem como o grupo precursor de instrutores do Centro de Instrução e Formação (Ciama) 'Almirante Áttila Monteiro Aché' (Ciama), que desde então está encarregue da formação das equipas dos seguintes S- BR. O treinamento, atualmente em andamento, ocorre simultaneamente aos testes de aceitação, tanto no porto quanto no mar de Riachuelo, de forma a contemplar o treinamento de tripulações com foco na preparação técnica dos militares diretamente nos sistemas, em fase de testes operacionais . Esse processo de qualificação é conhecido como treinamento on-the-job.

Como está progredindo o trabalho nos outros submarinos?

Em relação ao processo de construção dos demais submarinos, deve-se mencionar que as referidas plataformas seguem diferentes estágios de preparação. O lançamento do submarino Humaitá ocorreu em dezembro de 2020, e os testes de aceitação do porto estão previstos para serem concluídos em 2021. A transferência deste submarino para o Setor Operacional da Marinha está prevista para o último trimestre de 2022. Também em dezembro de 2020, o Foi realizada a junção definitiva dos trechos do casco do submarino Tonelero, que atualmente se encontra na Itaguaí Construções Navais em fase de montagem e integração de seus sistemas. Por fim, o submarino Angostura completa a fase de instalação de tubulações, cabeamento e equipamentos dentro dos trechos, nas instalações da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas.

Há algum avanço nas negociações com a Indonésia para a venda de um submarino?

Em relação ao interesse na aquisição de uma S-BR em construção manifestado pela Indonésia, vale ressaltar que as negociações estão em um estágio inicial, ainda sem um modelo de negócios estabelecido. Nesse contexto, está em vigor um acordo de cooperação entre a Indonésia e o Brasil na área de defesa, assinado em 2017.



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