Inovação e tecnologia: o Grupo EDGE lança sua nova empresa espacial FADA
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Inovação e tecnologia: o Grupo EDGE lança sua nova empresa espacial FADA

A FADA tem como objetivo criar um setor espacial soberano e autossuficiente que possa atender às necessidades governamentais e comerciais
Mesmari fada
Waleid Al Mesmari, presidente de Tecnologias Espaciais e Cibernéticas do Edge Group. Firma: R. Caiafa
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No dia 23 de setembro último, o Edge Group apresentou formalmente sua nova “entidade” para Espaço e Ciber, batizada “FADA”, sob a responsabilidade de Waleid Al Mesmari, presidente de Tecnologias Espaciais e Cibernéticas do grupo.

Com a entrada da FADA no mercado, o EDGE pretende impulsionar significativamente a competitividade global do grupo com a formação de parcerias locais e globais para estabelecer instalações de última geração para o desenvolvimento de sistemas de satélites, ao mesmo tempo em que constrói uma força de trabalho sustentável e qualificada com foco no espaço.

Infodefensa entrevistou em Abu Dabhi o presidente de Tecnologias Espaciais e Cibernéticas do Edge, Waleid Al Mesmari, sobre o mercado espacial atual e futuro dos EAU, possíveis parcerias com o Brasil e uma visão sobre o mercado de defesa cibernética.

Mesmari and hugly BR Press1Waleid Al Mesmari durante a entrevista: FADA coloca EAU no Espaço. Firma: Roberto Caiafa

Infodefensa: Qual a sua percepção com relação ao Brasil como um mercado aeroespacial emergente, quando comparado com os Emirados Árabes Unidos?

Mesmari: O Brasil é um dos mercados mais importantes para nós, eu diria, porque vemos sinergia entre o que estamos desenvolvendo e o que o Brasil está fazendo, seja Espaço ou Cyber. Quando você está falando sobre observação da terra, decidimos construir e lançar uma constelação nacional de satélites atuando junto a parceiros principais para acelerar o desenvolvimento da empresa e das capacidades espaciais dentro dos Emirados Árabes Unidos. Assim, temos o contrato do Sirb, para integrar e lançar três satélites para observação da Terra destinados a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos (UAE) usando a tecnologia de radar de abertura sintética ou SAR (Synthetic Aperture Radar). Este é um testemunho da nossa engenharia nacional, e o primeiro deverá ser lançado até o final de 2026, demonstrando nossas capacidades globalmente. Falando de cyber e com relação ao Brasil, por exemplo, estamos trabalhando com o Governo do Estado de São Paulo para implementar um novo protocolo/programa de Segurança Pública focado em impedir alguns tipos de atividades criminosas e garantir um ambiente seguro para o setor público (população) e o setor privado (empresas). Este programa ainda está em fase de planejamento, mas brevemente deverá entrar na fase de execução, existe uma sinergia entre tipos de tecnologias e formas de operação eficientes por um preço atual para implementarmos com sucesso um programa de defesa cibernética no Brasil, seja para o Governo ou mesmo para as Forças Armadas.

Infodefensa : O mundo hoje discute e assiste a consolidação do chamado “New Space”. Onde os EAU e o Brasil podem somar esforços nesse novo e abrangente mercado global? A FADA já conhece algo sobre o nossos Centro de Lançamento Espacial de Alcântara?

Mesmari: Então temos esse novo termo de notícias, o termo “novo espaço”. A força de trabalho brasileira, quando falamos de sua capacidade técnica em engenharia, considerando a reputação de empresas como a Embraer, ela é muito boa. Pensamos globalmente, e elencar países para agilizar essa expansão é uma necessidade. O espaço é uma nova ferramenta, e queremos nos tornar um jogador global junto com nossos parceiros. O Edge tem uma visão de liderança e a mentalidade certa para alcançar esses objetivos, estamos estabelecendo uma capacidade de observação da Terra que vai fornecer informações cruciais para aplicações civis como atuar em inundações, gerenciar crises de emergência, efetuar planejamento climático e mesmo fiscalizar, averiguar, verificar o que está acontecendo em uma determinada geografia, como, por exemplo, áreas sensíveis como a Amazônia, podemos fornecer essa capacidade a entidades civis ou mesmo a Força Aérea Brasileira. O espaço é muito complexo, muito desafiador para qualquer País, portanto estender a nossa parceria para o mercado brasileiro, trabalhando em desenvolvimento conjunto, comercialização de produtos espaciais e fortalecendo uma posição como “players globais” é muito importante para a FADA. Com relação a sua pergunta sobre o Centro de Lançamento de Alcântara, estamos planejando uma visita ao Brasil nos próximos meses, e certamente iremos conhecer essa importante instalação espacial brasileira.

Sirb Infographic scaledPrograma SIRB: constelação de três satélites radar de abertura sintética (SAR) para os EAU. Firma: UAE Gov

Infodefensa: Quais os desafios os EAU enfrentam com relação a chamada “defesa cibernética”?

Mesmari: No Oriente Médio e Região do Golfo, os EAU são uma das nações que mais sofrem ataques cibernéticos, são cerca de 50 milhões de ataques a cada ano. Isso é um desafio ainda maior na medida em que esses ataques estão se expandindo a cada dia. Então temos de fornecer soluções de segurança cibernética capazes de identificar e conter esses ataques, sob pena de perdermos algumas das conquistas que já conseguimos e que são estratégicas para o Governo dos EAU. No Brasil não é diferente, o Estado tem de ser capaz de identificar, neutralizar e penalizar crimes digitais cometidos no ambiente cyber, incluindo aí identificar os atores destes ataques, dentro ou fora das redes governamentais. O ser humano ainda é um elo de fraqueza no controle da informação, e garantir que dados sensíveis não sejam usados com fins nefastos é uma das maiores preocupações de sistemas de defesa cyber. Criminosos podem ser rastreados digitalmente, sistemas de reconhecimento facial e câmeras de serviço podem ajudar a identificar geograficamente onde uma ameaça está e conter suas ações de forma segura. Existem diferentes ferramentas para processar dados específicos e deles extrair informação que indique um ataque ou quebra de segurança, e outras habilidades serão usadas para recompor os serviços afetados e devolver qualquer infraestrutura a sua condição normal de uso. Pós ataques, uma criteriosa análise dos modos de atuação servirá para treinar e formar novos operadores de defesa cyber. Temos esse expertise e podemos trabalhar em parceria com o Brasil para nos protegermos mutuamente.

Histórico FADA

O EDGE Group lançou a sua nova empresa espacial 'FADA', nome derivado da palavra árabe para espaço, em meados do mês de setembro.

SnapshotFADA: nome derivado da palavra árabe para espaço 

Com foco na expansão espacial, a missão da FADA é desenvolver capacidades soberanas e tecnologias locais nos Emirados Árabes Unidos, contribuindo significativamente para as metas do governo de diversificar a economia.

Como um componente essencial da visão estratégica, a empresa está viabilizando instalações de última geração para o desenvolvimento, fabricação, montagem, integração e teste de vários sistemas e subsistemas de satélites, servindo como uma “one-stop shop” para todas as atividades relacionadas ao espaço e fornecendo soluções e serviços de ponta a ponta para clientes locais e internacionais, incluindo: cargas úteis de radar de abertura sintética (SAR), óptica (EO) e infravermelha (IR), bem como plataformas de satélite e serviços de segurança e proteção cibernética de satélites, além de outras atividades espaciais.

Ao alavancar parcerias nacionais e internacionais e promover sinergias vitais por meio da Transferência de Tecnologia (ToT) e da Transferência de Conhecimento (ToK), a FADA tem como objetivo construir um setor espacial soberano e autossuficiente que possa dar suporte às exigências de governo e comerciais, garantindo que os EAU permaneçam na vanguarda da inovação e da tecnologia espacial.

Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos

Em novembro de 2023, o EDGE foi o contratante principal em um acordo de parceria estratégica com a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos para implementar o Programa 'Sirb' (palavra árabe para rebanho), uma constelação de três satélites de radar de abertura sintética (SAR) de propriedade intelectual (IP) dos EAU.

Snapshot 44O Centro de Comando e Controle de Missões Espaciais da Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos. Firma: UAE Gov


O Programa Sirb tem como objetivo lançar o primeiro satélite, o Sirb-1, até 2026 e é o primeiro programa nacional de desenvolvimento de capacidade espacial a ser implementado por um consórcio industrial local liderado pelos principais participantes do setor espacial privado e dos centros nacionais dos EAU, com uma expansão planejada da colaboração com outros participantes do setor, PMEs e start-ups para aumentar ainda mais a experiência e as capacidades do programa.

Snapshot 23Integração de payloads de satelites nos EAU: mão de obra treinada e componentes espaciais, tudo desenvolvido localmente. Firma: UAE Gov



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