O Exército Brasileiro decidiu modernizar 52 carros de combate Leopard 1A5 BR em seis anos (2024 a 2030), com a possibilidade de troca do armamento de 105mm para 120mm através da instalação de uma nova torre, algo coerente, por exemplo, com algumas propostas apresentadas recentemente no mercado de veículos blindados na última feira Eurosatory em Paris.
A decisão, publicada no Boletim do Exército de nove de setembro tornam públicas as Portarias EME/C Ex Nº 847 e 848 que aprovam os requisitos operacionais (EB20-RO-04.060) e técnicos, logísticos e industriais (EB20-RTLI-04.066) da viatura blindada de combate – carro de combate corrente (VBC CC Corrente), revogando as portarias anteriores, dentro do Programa Estratégico do Exército (Prg EE) Forças Blindadas.
O "enxoval" completo de ferramental de apenas um Leopard 1A5 BR. (Roberto Caiafa)
O projeto original de atualização proposto previa a modernização de 116 unidades dentre os 200/220 VBC-CC disponíveis, uma extensão de vida útil para 50% da frota por mais 15 anos (2022/2037) com implementação de um pacote de Apoio Logístico Integrado (SLI) garantindo a disponibilidade desse material.
Esse percentual, conforme o documento demonstra, foi reduzido para 25% da frota a ser modernizada, um ajuste orquestrado entre a Diretoria de Materiais (DMat) e o Estado-Maior do Exército (EME). Objetivo: abreviar o tempo de transição até a escolha do vencedor no Projeto VBC CC Futuro, o substituto do Leopard 1A5 BR. Ainda em 2022 deverá ser publicado o RFQ ou Request for Quote destinado ao mercado.
O Leopard 1A5 BR ainda utiliza o sistema de tiro EMES 18, introduzido nos anos de 1980 (Roberto Caiafa)
Dentre as empresas interessadas, já são esperadas como participantes dessa licitação a KMW do Brasil, filial do fabricante original do veículo, as também alemãs FFG, que além dos seus veículos especializados de engenharia e novidades elétricas também é especializada em modernizações, e a gigante Rheinmetall Landsysteme GmbH (RLS), mais as brasileiras Ares Aeroespacial e Defesa (Elbit Systems) e Equitron Engenharia.
Turquia com Aselsan, Bélgica com a John Cockerill Defense, Itália com a Goriziane SpA e a suíça RUAG complementam o set de empresas internacionais que já demonstraram publicamente interesse em disputar esse contrato de modernização.
O motor MTU MB 838 Ca-500 V-10 entrega uma potência nominal de 830 HP (Roberto Caiafa)