O coronel-general Sergii Drozdov, comandante da Força Aérea da Ucrânia, e um experiente piloto instrutor de Sukhoi SU-25 Frogfoot (a contraparte do A-10 Thunderbolt) voaram uma formação de quatro aeronaves Embraer A-29 Super Tucano no 3º Esquadrão do 3º Grupo de Aviação (3º/3º GAV), o Esquadrão Flecha de Campo Grande (Força Aérea Brasileira).
Naquela unidade operacional da FAB, os ucranianos foram recebidos pelo Comandante da Ala 5, brigadeiro do ar Augusto Cesar Abreu dos Santos.
Os militares ucranianos também participaram (em São Paulo) de uma reunião com executivos da Embraer Defesa & Segurança, onde foi discutida a possibilidade de aquisição do A-29 Super Tucano (EMB-314) pela Força Aérea da Ucrânia.
O grupo de oficiais liderados por Drozdov se encontraram com seus pares brasileiros da FAB para uma série de reuniões de trabalho em Brasília e Campo Grande.
O Comandante da FAB, tenente-brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, recebeu, capital federal, o comandante da Força Aérea da Ucrânia, coronel general Serhii Drozdov, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Volodymyrovych Tronenko; e o Adido de Defesa da Ucrânia, comandante coronel Oleksandr Mykhailenko.
Também participaram oficiais-generais do Alto-Comando da Força Aérea Brasileira e o executivo da Embraer Defesa e Segurança Simon Johns, vice-presidente de vendas para a Europa e Norte da África.
Nesses encontros com a liderança da Força Aérea Brasileira, militares ucranianos ouviram explicações sobre como está organizada a aviação tática da FAB, e como funciona o sistema de preparação de pilotos e a manutenção da frota de turboélices EMB-314 Super Tucano.
O Super Tucano poderia ser usado para treinamento, em complemento aos jatos Aero L-39 Albatros, além de atuarem em missões ataque, inteligência, vigilância e reconhecimento num dos teatros de operações mais complexos do mundo, as fronteiras em conflito da Ucrânia.
Uma aquisição dos turboélices EMB-314 provavelmente aconteceria através do Programa LAS, existindo ainda a possibilidade (com apoio da EDS) de integração de armamentos inteligentes de procedência ucraniana, o que tornaria a indústria de Defesa da Ucrânia em fornecedora de armamentos para usuários do Super Tucano, incluindo aí o Brasil.
Os ucranianos enxergam o Super Tucano como das opções existentes no mercado para patrulhar a região do Donbas, onde está a zona de conflito, no que se constituiria o maior desafio operacional do modelo, já que estaria operando dentro de um contexto jamais imaginado para esta aeronave.
Isso ajudaria a alavancar as vendas internacionais do avião brasileiro, que está sendo sistematicamente oferecido pela EDS no mercado europeu há pelo menos um ano.
O vice-presidente de vendas da Embraer para a Europa e Norte da África, Simon Johns, afirmou em julho de 2018, durante a conferência SMi Close Air Support (CAS) em Londres, que o Super Tucano poderia vir a equipar forças aéreas europeias como uma alternativa de baixo custo para a operação de jatos e helicópteros mais custosos.
Segundo Johns observou naquela ocasião, as mudanças incluiriam a integração de mísseis anticarro guiados do tipo Hellfire (AGM-114), da Lockheed Martin, bem como foguetes guiados a laser.
A Embraer também vislumbra um ótimo potencial de vendas na Ucrânia, que tem passado dificuldades na obtenção de financiamento para adquirir uma nova aeronave de combate.
Os militares ucranianos consideram o EMB-314 uma opção acessível que acrescentaria considerável poder de combate.
Além disso, a capacidade do Super Tucano de operar próximo à linha de frente torna-o ágil e flexível o suficiente para responder as ameaças em tempo hábil.
Para atingir tal desempenho, o avião já seria entregue equipado com receptor de alerta radar (RWR) e sistema de alerta de aproximação de mísseis (MAWS), equipamentos indispensáveis para operar de forma segura em um ambiente de maior ameaça como o TO europeu.
Imagens: Força Aérea Brasileira via Embaixada da Ucrânia no Brasil/Força Aérea Brasileira/Roberto Caiafa