No dia 10 de julho, integrantes da empresa BAE Systems visitaram o Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro (AGR) com o objetivo de conhecer e avaliar a capacidade industrial daquela unidade, como parte dos estudos em andamento para a futura fabricação, sob licença, de um obuseiro auto-rebocado de 105 mm no Brasil.
O obuseiro de 105mm Light Gun, de origem britânica, é um dos armamentos em avaliação, e conta com a vantagem de já ser utilizado pelo Exército Brasileiro.
A comitiva da BAE Systems conhece a produção de morteiros no AGR. Firma: AGR
A visitação contou com a participação do Diretor de Fabricação, General de Divisão Tales Eduardo Areco Vilella, acompanhado por comitiva da Diretoria de Fabricação.
A representação da BAE Systems, formada por Marco Antônio Café, Felipe Medeiros e Stephen Lunk foi recepcionada pelo Diretor de Fabricação e pelo Diretor do AGR e, posteriormente, assistiu a uma palestra institucional onde foram apresentadas as missões e capacidades do Sistema de Fabricação e seus Arsenais, com foco na capacidade de fabricação do AGR.
A comitiva da BAE Systems também visitou as diversas Seções da Divisão Industrial (DI) do AGR, onde conheceram melhor os variados processos industriais empregados na fabricação dos Produtos de Defesa do Arsenal.
O destaque ficou por conta dos morteiros de calibres variados, particularmente o Mrt 120 mm, de tubo raiado, operação de precisão que só o AGR é capaz de realizar em toda a América Latina.
A comitiva da BAE Systems durante uma das apresentações na Divisão Industrial (DI) do AGR. Firma: AGR
Light Gun
Segundo fonte consultada por Infodefensa, o Exército Brasileiro estaria buscando obter a substituição, com possibilidade de fabricação no País, dos obuseiros de campanha auto-rebocados no calibre 105mm, especialmente após a recomprovação desse armamento nos campos de batalha da Ucrânia.
Além da função de artilharia AR, a helitransportabilidade do obuseiro a ser escolhido é fundamental, esse armamento devendo entregar capacidade aeromóvel para emprego pela Força de Prontidão (FORPRON).
Em recente exercício conjunto, obuseiros Light Gun do Exército Brasileiro e do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil disparam uma salva de 105mm de seus Light Gun. Firma: Roberto Caiafa
Como o Light Gun não está mais em produção, a conversa entre a BAE Systems e o Exército Brasileiro versa sobre uma espécie de "pacote técnico" que inclua os desenhos da arma, questões relativas a processos e materiais necessários a fabricação, técnicas de manufatura (atualizadas) e a questão envolvendo a produção de variantes da munição de 105mm pela IMBEL, que é uma empresa estatal ligada ao Exército.
Essa proposta está sendo construída e vai ser avaliada pelo Estado Maior da Força Terrestre, assim como as propostas de outros fabricantes que estão no mercado com armamentos similares ao L118/M119.
Dentre os mais conhecidos obuseiros AR 105mm que podem atender a um futuro Request for Information ou RFI estão o Buran, fabricado na Turquia pela MAKİNE ve KİMYA ENDÜSTRİSİ A.Ş., o sul-coreano KH-178 da Hyundai WIA, e o francês Nexter Systems 105 LG towed artillery canon.
Ao centro da imagem, o diretor de fabricação do Exército Brasileiro, general Tales Vilela. Firma: AGR