Avibras e Scopa Defense fecham acordo para injeção de capital e compra de mísseis e foguetes
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Avibras e Scopa Defense fecham acordo para injeção de capital e compra de mísseis e foguetes

O objetivo do acordo é acelerar o processo de recuperação judicial da empresa brasileira e torná-la novamente competitiva
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A brasileira Avibras Aeroespacial y de Defensa assinou memorando de entendimento com a empresa saudita Scopa Defensa nesta segunda-feira, 31 de julho, durante o Fórum de Investimentos Brasil-Arábia Saudita, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na cidade carioca. Em termos práticos, os sauditas irão injetar recursos na empresa brasileira, acelerando seu processo de recuperação judicial e tornando-a novamente competitiva, enquanto colocam encomendas para mísseis de cruzeiro AV-MTC 300, novos foguetes SS-150 de 150 km de alcance (extremamente precisos) e demais implementos necesários a operação desses armamentos, obtendo assim um upgrade vantajoso para seus sistemas Astros, atualizados localmente com apoio da engenharia Avibras e com envolvimento de empresas sauditas, um dos objetivos da Visão 2030

Segundo a nota conjunta Avibras/Scopa "a parceria tem por objetivo desenvolver e fabricar equipamentos de Defesa avançados, trazendo importantes capacidades, criando novos empregos e garantindo a soberania do Reino da Arábia Saudita especialmente na área de Defesa". 

Capa saudi avibrasO CTO da Scopa Defense, Faisal Bin Dos, de branco, e João Brasil, CEO da Avibras (a direita). Foto: Avibras

Para o presidente da Avibras João Brasil Carvalho Leite, a cooperação agrega ainda mais valor aos negócios da Avibras, reforçando a parceria de longa data entre a empresa e a Arábia Saudita.  Referência na produção de Lançadores Múltiplos de Foguetes (MRLS), foguetes balísticos e guiados, e mísseis, a companhia também é pioneira nos programas de pesquisa espacial brasileiros, especialmente no fornecimento de sistema de propulsão/motores, foguetes e cargas espaciais.

Conhecida como uma empresa que tem Competência para construir Competências, a Avibras é uma System House, oferecendo soluções tecnológicas em atendimento a qualquer necessidade dos clientes, evidenciando a real diversificação e oportunidades de spin-off em Defesa, Espaço e Integração de Sistemas Complexos.

GPL 5001 2O CEO da Avibras, João Brasil, aperta a mão do Ministro do Investimento Khalid Al-Falih. Foto: Avibras

Estabelecida como a principal empresa de defesa da Arábia Saudita, a Scopa tem por objetivo contribuir para o programa Visão 2030 através da criação de indústrias militares orgânicas. Ao fornecer sistemas e serviços de defesa inovadores que satisfazem as necessidades e requisitos das Forças Armadas Sauditas, a Scopa irá expandir e melhorar as capacidades e o ecossistema de defesa do Reino, bem como alcançar os mercados globais de defesa e segurança. 

Um dos objetivos da Scopa é contribuir para o setor de defesa, identificando formas de investir no setor privado e criar oportunidades de emprego para os cidadãos sauditas. A Scopa foi fundada por Mohammad bin Abdulaziz Alajlan, o vicepresidente do Grupo Ajlan & Bros, fundado em 1979, que detém participações em mais de 75 empresas e emprega cerca de 15 mil funcionários em 25 países, sendo um conglomerado ativo em muitos setores estratégicos.

WhatsApp Image 2023 08 01 at 00.09.08 (1)Sistemas Astros da Arábia Saudita. Foto: Avibras Aeroespacial e Defesa

Forum Brasil-Arábia Saudita

O Forum Brasil-Arábia Saudita já é reconhecidamente o mais promissor momento para o comércio e o investimento bilaterais desde que os dois países estabeleceram relações diplomáticas em 1968. O Ministro do Investimento Khalid Al-Falih, um veterano executivo que já foi chairman e CEO da Saudi Aramco, lidera a delegação formada por 190 pessoas de 80 empresas que estão em São Paulo para participar de vários eventos.

A importância do Brasil para os sauditas tem a ver com o estratégico papel do País na segurança alimentar do Reino Saudi, que importa 80% de tudo que come. O Brasil tem um share de 10% nestas importações, seguido pela Índia com 9%. A oportunidade de aumentar o investimento e o comércio entre os dois Países é imensa, incluindo o setor de defesa.

A Arábia Saudita tem muito menos capital investido no Brasil do que os Emirados Árabes, que têm 10.000 milhões de dólares entre investimentos diretos e de portfólio. A Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic), o braço para o agronegócio do PIF, Public Investment Fund, o fundo soberano do país, é dona de 34% da Minerva e este mês comprou 10,7% da BRF.

ScoopaA Scopa está enquadrada dentro da Visão 2030 do Governo Saudita. Imagem: Scopa

E o próprio Public Investment Fund (PIF) comprou uma participação minoritária de 10% no negócio de metais básicos da Vale, uma transação anunciada nessa segunda feira durante o evento da Fiesp.

A Salic está analisando oportunidades para investir em grãos no Brasil dentro da lógica de garantir a segurança alimentar do reino – uma vulnerabilidade ressaltada pela Guerra na Ucrânia, que interrompeu exportações de grãos com o bloqueio naval russo aos portos da Criméia.

Dentro do Visão 2030, o plano saudita para reduzir a dependência do petróleo e diversificar a economia, os dirigentes daquela nação querem atrair investimentos, e algumas empresas brasileiras de grande porte estão estudando o mercado, incluindo fábrica de alimentos e laboratórios farmacêuticos.

Os incentivos vão desde a isenção de impostos por oito anos até alinhar o Public Investment Fund como investidor em Joint Ventures para operar na região.

Os sauditas acenam com investimentos para a exportação de fertilizantes ou a volta de sua produção localmente no País, como forma de eliminar fragilidades na cadeia logística de insumos do agronegócio, que lhes é estratégico, para citar um exemplo.

GPL 4984Ministro do Investimento Khalid Al-Falih discursa durante a cerimônia de abertura do Forum de Invetimentos Brasil Arábia Saudita. Foto: Avibras



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