Ocorreu no dia 12 de Julho, em Cherbourg-en-Cotentin, na França, a cerimônia inaugural do submarino nuclear de ataque Suffren, o primeiro de seis unidades submersíveis do tipo Barracuda que a Naval Group constrói para a Marinha da França.
O acontecimento contou com a presença do Presidente da França, Emmanuel Macron; a Ministra da Defesa da França, Florence Parly; e o Comandante da Marinha da França, Almirante Christophe Prazuck.
A Ministra da Defesa da Austrália, Linda Reynolds e o Comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior foram algumas das entidades estrangeiras convidadas pela Naval Group. A Austrália contratou doze submarinos à Naval Group e decorre no Brasil a construção de quatro submarinos adquiridos à empresa da França.
O Suffren deverá ser recebido em meados de 2020 para operação partir da Base Naval de Toulon pela Força Oceânica Estratégica, a FOST (Force Océanique Stratégique).
O submarino comandado desde 11 de Julho pelo Capitão-de-fragata Axel Roche será lançado à água ainda em Julho e iniciará proximamente os testes de cais e receberá o combustível nuclear. Na primeira metade de 2020 serão realizados testes de mar ao largo das cidades de Brest e Toulon. No centro que a DGA Essais de Missiles possui no Mediterrâneo, serão efetuados os lançamentos de mísseis e torpedos.
A construção do Suffren iniciada em 2007 envolve cerca de 800 empresas, incluindo as diversas unidades da Naval Group e os parceiros TechnicAtome, Thales, Safran, MBDA, Jeumont Electric, ECA Group, Guichon Valves, Schneider Electric, MAN Diesel and Turbo e a FAPMO. O CEA (Commissariat à l'Énergie Atomique et aux Énergies Alternatives) contribui para coordenar as atividades relacionadas com a planta nuclear, esta desenvolvida e construída pela TechnicAtome.
O programa de construção dos seis submarinos tem um custo de 9.1 biliões de Euros sem os serviços de manutenção associados, estes que serão contratados separadamente.
O programa Barracuda foi iniciado em 1998 com a elaboração dos conceitos preliminares, estudos de definição, consultas e contratualização. Em Dezembro de 2006, a Direction Générale de l'Armement (DGA) notificou às empresas Naval Group e TechnicAtome um contrato quadro para o desenvolvimento e produção de seis submarinos do tipo Barracuda para permitir a substituição gradual das seis unidades da Classe Rubis. Os contratos firmes para os submarinos Suffren, Duguay-Trouin, Tourville, De Grasse, Rubis e Casabianca foram celebrados entre Dezembro de 2006 e Junho de 2019.
A França prevê receber o último submarino em 2029.
O submarino Barracuda combina capacidades como poder de fogo, autonomia, dissuasão acústica, velocidade tática, interoperabilidade e disponibilidade. Este permitirá a execução de missões de controlo do espaço aéreo e marítimo, escolta de navios aeródromos, recolha de informação, proteção de submarinos lançadores de mísseis com cabeça nuclear, ataque a alvos em terra e projeção de forças de operações especiais.
O Suffren desloca 4700 toneladas à superfície e 5300 toneladas quando submergido, mede 99 metros em cumprimento e 8.8 metros de diâmetro para uma imersão máxima de aproximadamente 300 metros, velocidade máxima de 23 nós, e uma disponibilidade de até 270 dias por ano. A tripulação do submarino é constituída por 65 homens, com capacidade para acolher até 15 militares adicionais.
O Barracuda incorpora quatro tubos de armas; sistemas de comunicação; sistema de enlace de dados Link 11 e Link 16, e futuramente Link 22; sistema de comunicação por satélite SYRACUSE III de Banda X e mais tarde um sistema atuando na Banda Ka; meios de guerra eletrónica; o sistema de gerenciamento de combate SYCOBS (SYstème de COmbat pour Barracuda et SSBN); mastros optrónicos de busca e ataque; radar de vigilância aérea; sistema de sonar constituído por dois sonares de flanco e sonares de casco e rebocado; hélice em X; sistemas de navegação; estação de controlo da propulsão; sistema de operação do navio; e um sistema de propulsão híbrida principalmente constituído por motores elétricos e turbinas, ambos alimentados pela energia produzida pela planta nuclear.
Os tubos de armas permitem o lançamento de misseis táticos de cruzeiro de ataque MBDA MdCN (Missile de Croisière Naval), misseis anti-navio MBDA Exocet SM39 Block 2 Mod 2 e torpedos pesados de 533mm Naval Group F21. O submarino emprega ainda engodos anti-torpedos Naval Group Canto e minas navais.
Foram adquiridos dois sistemas contentorizados ou DDS (Dry Deck Shelter) para permitir a projeção de elementos de forças de operações especiais através do veículo submarino propulsor PSM3G (Propulseur Sous-Marin de Troisième Génération) desenvolvido pelas empresas Naval Group e ECA Group. Foram recebidos três sistemas PSM3G.
A Esquadrilha de Submarinos Nucleares de Ataque, a ESNA (Escadrille des Sous-marins Nucléaires d'Attaque) sediado na Base Naval de Toulon, conta com uma ampla gama de novos sistemas de treinamento, incluindo simuladores para formar as tripulações dos submarinos.