Uma delegação do Ministério da Defesa da Índia e representantes das empresas públicas e privadas do setor de defesa daquele país asiático deverão visitar o Brasil na próxima semana para explorar oportunidades no setor.
A delegação, liderada pelo Secretário Adicional do Departamento de Produção da Defesa, Sanjay Jaju (IAS), tem na sua agenda visitar instalações militares e empreendimentos de Defesa brasileiros no Rio de Janeiro, em Brasília e no interior do Estado de São Paulo.
MBT Arjun e HAL Tejas, dois expoentes tecnológicos da Indústria de Defesa da Índia (Imagem: India DoD)
A delegação indiana deverá cumprir uma agenda com os comandantes das três forças e outras altas autoridades governamentais brasileiras, ocasião em que as empresas indianas farão apresentações de suas capacidades, produtos e serviços.
Em São Paulo, as empresas indianas visitarão São José dos Campos, onde estão sediadas as maiores empresas brasileiras da Indústria de Defesa, bem como o Parque Tecnológico de São José dos Campos, onde as empresas indianas poderão apresentar seu portifólio e realizar contatos com seus pares brasileiros.
O grupo também fará visitas as plantas fabris do Grupo Embraer em São José dos Campos e Gavião Peixoto.
Segundo as publicações indianas especializadas, serão oferecidos produtos, servços e capacidades para terra, mar e ar.
O Indian multi-role attack Light Combat Helicopter (Imagem: India DoD)
No caso do Exército, a Base Industrial de Defesa e Segurança Indiana vai oferecer Mísseis Superfície-Superfície; Lançadores de Foguetes; Lançadores-de-Foguetes Blindados; Armaduras e Capacetes; Visores Telescópicos; Dispositivos de Visão Noturna e Helicópteros de Ataque Leves; para a Marinha entram na lista Submarinos; Capacidade de Defesa Cibernética; Aeronaves de Monitoramento, Reconhecimento & Vigilância; Navios Anfíbios de Assalto; Modernização de Fragatas e Navios de Patrulha Oceânicos; para a Força Aérea, o pacote indiano de apresentações incluem aeronaves AWACS e Jatos de Combate Leves, tudo dentro de uma política governamental, denominada "Make in India" que facilita a exportação de plataformas de defesa e armas para nações amigas.
As empresas indianas da comitiva, já confirmadas, incluem a Armoured Vehicles Nigam Limited, a Bharat Dynamics Limited, a Bharat Electronics Limited, a Dhruva Aerospace, a GRSE, a Maharashtra Minerals Corporation Limited, a Mazagon Dock Shipbuilders e outras que ainda não foram anunciadas formalmente.
O Brahmos protagonizou a maior exportação de armas da Índia: US$ 337 milhões (Imagem: India DoD)
Essa visita dos indianos ao Brasil ocorre em um momento de grandes realizações por parte da indústria de Defesa daquele País como o acordo firmado recentemente com as Filipinas para a venda dos mísseis de cruzeiro supersônicos superfície-superfície BrahMos, um contrato avaliado em cerca de US$ 334 milhões concedido em 31 de dezembro à BrahMos Aerospace Private Ltd.
No setor naval, o INS Vikrant entrará em serviço no próximo mês de agosto.
Trata-se do primeiro porta-aviões de produção nativa indiana, capaz de tranportar até 50 aeronaves e helicópteros, projetado para conter a expansão chinesa em direção ao Oceano Índico e suas rotas comerciais de navegação.
O domínio indiano na produção desse tipo de navio deverá ser apresentado a Marinha do Brasil.
Porta-Aviões INS Vikrant, 40.000 toneladas de deslocamento e rampa ski-Jump (Imagem: India DoD)
Outro armamento que os indianos desejam mostrar no Brasil é o primeiro míssil de combate aéreo com alcance além do contato visual (BVR) de projeto e produção indiano, o Astra, um míssil de radar ativo capaz de engajar alvos em altitudes variáveis com distâncias (alcance) entre 10 km (curto) até 110 km (longo), o míssil sendo atualmente integrado aos caças Sukhoi Su-30MKI, Dassault Mirage 2000, HAL Tejas e Mikoyan MiG-29.