(Infodefensa.com) R. Caiafa, Belo Horizonte (Brasil) - A imagem captada pelo fotógrafo Mark Khozura e divulgada na internet neste domingo mostra o jato A-1 FAB 5530 exposto no pátio da unidade Embraer de Gavião Peixoto, interior do estado de São Paulo. Uma série de novas antenas e protuberâncias evidencia as mudanças realizadas na aeronave, entregue a Embraer em 30 de maio de 2007 para ser convertida no protótipo do A-1M.
O jato modernizado apresenta um novo radar, o SCIPIO SCP-01, desenvolvido pela empresa brasileira Mectron em parceria com a Selex Galileo da Itália, novo cockipt digitalizado com telas de matriz ativa e pronto para ser utilizado em conjunto com óculos de visão noturna ou capacete designador de alvos, novo sistema digital de navegação e ataque, datalink digital, atualização do barramento MIL-STD 1553, novos computadores de missão, novos receptores de alerta radar e sistemas de contramedidas defensivas.
Foto: Mark Khozura
Uma fraqueza da aeronave na versão brasileira, a falta da integração de mísseis ar-ar aos cabides de ponta de asa foi corrigida através da adoção dos mísseis Mectron MAA-1B Piranha, desenvolvidos no Brasil. A modernização também realiza a troca de componentes do motor Rolls-Royce Spey RB.168 Mk.807, completa revisão estrutural e dos sistemas hidráulicos, elétricos e de suporte de vida, além da fabricação dos novos componentes necessários.
Desta forma, o A-1M passará a contar com recursos de aeronaves de 4ª geração, possibilitando assim o emprego de bombas e mísseis inteligentes em missões de supressão de defesas antiaéreas do inimigo (SEAD) utilizando o míssil MAR-1 anti-radiação, uma arma de projeto brasileiro, em conjunto com o pod de guerra eletrônica Skyshield.
O avião também vai empregar o pod israelense Rafael Litening III, capacitando-o a navegar com precisão e empregar bombas inteligentes do tipo IR, Laser ou GPS, tudo com elevada capacidade de consciência situacional para o piloto.
Limitações das versões iniciais utilizadas pelo Brasil
Incorporado a FAB (Força Aérea Brasileira) a partir de 1989, o jato de ataque AMX foi originalmente um projeto proposto para complementar à frota de jatos de ataque Tornado, aeronave utilizada pela Aeronáutica Militar Italiana (AMI). Com a entrada da Embraer no projeto AMX em meados nos anos oitenta, este evoluiu para uma aeronave de ataque tático destinada a substituir, na FAB, tipos obsoletos como o AT-26 Xavante.
No Brasil, o AMX é empregado no ataque ao solo, interdição do campo de batalha, ataque antinavio, reconhecimento e treinamento, dentre outras missões.
Durante mais de duas décadas, as 53 células produzidas no Brasil, mono e biplace, careceram de alguns equipamentos e capacidades não implantadas por questões orçamentárias e de desenvolvimento de uma série de requisitos.
A atual modernização para o padrão A-1M, realizada vinte anos depois da sua entrada em serviço, visa justamente conferir a aeronave diversas capacidades previstas no seu projeto original, mas ausentes do avião durante mais de duas décadas de emprego na Força Aérea Brasileira.