A tradicional demonstração anual da Operação Formosa, realizada no Campo de Instrução de Formosa (CIF), em Goiás, é um exercício integrado das Forças Armadas sob o comando geral da Marinha do Brasil e com massivo emprego do Corpo de Fuzileiros Navais.
Em 2024, o treinamento recebeu, mais uma vez, a participação de militares dos Estados Unidos, e pela primeira vez, operacionalmente, militares da China, além de observadores de outros oito países.
A presença do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Exército de Libertação Popular da China no Brasil durante a "Operação Formosa",foi o marco do primeiro exercício militar conjunto com a presença simultânea de militares dos Estados Unidos e da China, algo que não acontecia desde 2016.
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, conversa com tropas chinesas operando em Formosa. Firma: China MoD
A Marinha do Brasil confirmou a Infodefensa que 54 militares da Marinha dos Estados Unidos e 33 da Marinha da China estão participando desta operação.
O Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, recebeu o Secretário-Geral do Ministério da Defesa, Luiz Henrique Pochyly da Costa, e o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, para assistirem a DEMO (Demostração Operacional).
O Corpo de Fuzileiros Navais e a Marinha do Brasil mais uma vez deixaram claro sua intenção de adicionar as capacidades ASTROS existentes o míssil antisuperfície MANSUP, que começará a ser produzido brevemente, como armamento para equipar baterias missílísticas orientadas para a defesa costeira.
O Comandante da Marinha do Brasil, Almirante Olsen, junto ao Astros: baterias costeiras com mísseis MANSUP, um desejo antigo do Corpo de Fuzleiros Navais. Firma: MB
O exercício, que segue até a próxima terça-feira (dia 17 de setembro), conta com a participação de 3 mil militares das Forças Armadas, aeronaves de ataque, veículos blindados de rodas e de esteiras, viaturas táticas 4x4, armamentos diversos como peças de artilharia, sistemas de comunicações satelitais e outros equipamentos.
O emprego conjunto dessas tropas pelo Brasil assegura o preparo de uma força estratégica capaz de atuar no país e no exterior, se necessário.
Mulher Fuzileiro Naval
De forma inédita, a operação registrou a participação da primeira turma de mulheres soldados fuzileiros navais, além de observadores e tropas da África do Sul, Argentina, China, Estados Unidos, França, Itália, México, Nigéria, Paquistão e República do Congo.
A presença da mulher Fuzileiro Naval na Operação Formosa 2024. Firma: MB
O treinamento inclui o emprego conjunto de armas de apoio, manobras táticas, fogos de artilharia, operações aéreas e especiais.
Entre os meios utilizados estão os veteranos carros de combate leve SK-105A2S com canhão de 105mm (em fase de desativação programada), diversos veículos blindados, com destaque para o novo JLTV 4x4, carros lagarta anfíbios (CLAnf) configurados no último padrão existente, aviões de ataque A-4 Skyhawk, helicópteros da Aviação Naval (destaque para o Esquadrão HU-2), as indispensáveis aeronaves remotamente pilotadas (ARP), obuseiros de artilharia Light Gun de 105mm e lançadores múltiplos de foguetes Astros, fabricados pela Avibras.
A tropa brasileira (CFN) e a tropa norte-americana (USMC) na tradicional foto da amizade. Firma: MB
O comandante da Divisão Anfíbia da Força de Fuzileiros da Esquadra, Contra-Almirante (FN) Cláudio Eduardo Silva Dias, destacou que a atividade em Formosa ocorre há 34 anos e possibilita a execução plena das capacidades das Forças Armadas brasileiras. “Este campo permite o emprego de munição real. Então, todos os nossos armamentos são utilizados com munições de diversos calibres, artilharia, morteiros e o foguete Astros”, afirmou.
Durante a demonstração operacional para as autoridades, lideradas pelo comandante da Marinha do Brasil, ocorreram atividades como a infiltração de paraquedistas através do Salto SLOP, e na parte de apoio ao combate e logística, visitas ao Hospital de Campanha dos Fuzileiros Navais, onde foram apresentadas capacidades modernas como uma Unidade Avançada de Trauma (UAT) com telemedicina, e o posto de descontaminação Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR), apoiado por um laboratório móvel de detecção de agentes químicos recheado de equipamentos de alta tecnologia.
O posto de descontaminação Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) em ação. Firma: MB