A última menção ao uso de mísseis antitanque nos manuais do Exército Brasileiro remonta a 1978. Com a publicação do plano de recepção dos mísseis guiados antitanque MAC Spike LR2, que o Brasil adquiriu em 2021 da A empresa israelense Rafael e que, de acordo com o plano o sistema de entrega ao qual o Infodefensa.com teve acesso começará a receber em 2024, essa lacuna será preenchida com um sistema moderno com alcance superior a cinco quilômetros, capaz de ser usado em qualquer clima, tanto de dia quanto de noite, e com uma ogiva com capacidade de destruir ou desativar veículos blindados, bunkers, tanques de batalha e outros tipos de alvos.
O planejamento das entregas, após aquisição, envolve o recebimento dos mísseis, sua distribuição entre as unidades escolhidas para receberem essa capacidade, e a elaboração da Cadeia Logística, tudo sob responsabilidade do Comando Logístico ou Colog.
O Comando Operações Terrestres (Coter) será responsável por capacitar as frações de tropa equipadas com Spíke, e também pela capacitação inicial em operação e manutenção desse míssil, inclusive na confecção de documentação para ensino, preparo e emprego.
O Centro de Instrução de Blindados terá a importante missão de realizar o primeiro curso/estágio de Operação e Manutenção do MAC Spike Lr2, tornando-se ferramenta disseminadora de conhecimentos sobre esse sistema.
O lançador Spike LR2 montado em seu tripé. Foto: Rafael Defense Systems
O Colog fará o transporte dos simuladores entre Israel e o Brasil e sua entrega/recebimento no 2º semestre de 2023.
No 1º semestre de 2024 ocorre a entrega dos mísseis e seus lançadores, e as atividades de capacitação logística e de emprego, seguidas no 2º semestre pelos primeiros cursos e estágios e capoacitação de frações MAC (eesas atividades registrando os primeiros disparos reais no Brasil de mísseis Spike).
A Diretoria de Ciência e Tecnologia deverá participar ativamente dessas atividades de capacitação, tanto inicial quanto nos cursos e estágios.
A 6ª Brigada de Infantaria Blindada (Comando Militar do Sul) será a grande unidade com a primazia de receber os primeiros mísseis e oito lançadores para compor frações AC no 29º Batalhão de Infantaria Blindado (quatro lançadores), no 4º Regimento de Carros de Combate (dois lançadores), e no 6º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (dois lançadores).
O Centro de Instrução de Blindados, em Santa Maria, vai receber dois lançadores operacionais para fins de instrução, dois simuladores de manejo inertes, dois simuladores internos IDT, quatro simuladores externos ODT e dois simuladores de fração STT.
Spike LR2 apresentado no Coter
No final de setembro, o Comando de Operações Terrestres (Coter) do Exército Brasileiro promoveu uma apresentação do míssil Spike-LR2 pela empresa Gehr International, representante, no Brasil, da Rafael Defense Advanced Systems.
A Rafael, empresa israelense que desenvolve o projeto, descreve o Spike-LR2 como um míssil de 5ª geração, integrado em mais de 40 plataformas diferentes em todo o mundo, como, por exemplo, veículos leves sobre rodas, veículos blindados e plataformas aéreas. O míssil já vem sendo empregado por 14 nações da OTAN, bem como por vários outros países.
Autoridades militares reunidas no COTER conhecem detalhes do míssil Spike LR2. Foto: EB
Participaram da apresentação o Subcomandante de Operações Terrestres, General de Divisão Édson Skora Rosty, além de representantes das empresas envolvidas, do Estado-Maior do Exército, dos comandos militares de área, de diversos órgãos de direção setorial, de órgãos de assistência direta e imediata ao Comandante do Exército e do Centro de Doutrina do Exército.
O evento proporcionou a abordagem das características táticas, técnicas e de simulação do armamento, em fase de obtenção pelo Exército Brasileiro, e que mobiliará as frações anticarro da Força Terrestre.
O Spike LR2 é um míssil eletro-óptico de 5ª geração, multiplataforma e multimissão de última geração, com alcance útil de 5,5 km.