O Veiculo Lançador de Nanossatélites da Akaer, ou VLN-AKR, é baseado no projeto Montenegro Mk-2, desenvolvido originalmente pela Acrux Aerospace, atualmente parceira no Programa.
Trata-se de um foguete de 3 estágios sólidos com motores similares ao do foguete VSB-30, primeiro engenho brasileiro homologado como 100% operacional e que obteve algum sucesso no mercado internacional.
A empresa brasileira, como parte dos investimentos necessários para viabilizar a produção seriada e a operação do lançador, está divulgando em suas mídias sociais muitas vagas de emprego relacionadas com o VLN-AKR.
Recentemente, seus engenheiros realizaram uma visita técnica ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) para planejar o projeto do PAD de Lançamento compatível com o VLN-AKR, dentre outros detalhes técnicos.
Com um prazo previsto em edital de três anos para realizar o primeiro lançamento, e um orçamento de R$ 190 milhões, o VLN-AKR vai disputar preferências em um mercado bastante promissor com o seu congênere nacional ML-BR, da empresa CENIC, que tem o mesmo prazo e orçamento para fazer um foguete similar.
Programa VLN-AKR
O programa VLN AKR está dividido em sete Fases: 0, A, B, C, D, E e F.
As fases iniciais 0, A e B são focadas na elaboração do conceito operacional, dos requisitos do sistema e na identificação de soluções técnicas que cumpram a declaração de missão.
As fases C e D compreendem as atividades de detalhamento e qualificação dos segmentos espacial e terrestre, e a fase E, as atividades relacionadas ao lançamento do veículo. Por fim, na fase F ocorrem o encerramento e documentação do projeto.
Durante a Fase A, foram validados o projeto conceitual e os requisitos técnicos. Agora, o projeto avança para a Fase B, dedicado às definições preliminares, que culminará com a Revisão Preliminar de Projeto (Preliminary Design Review – PDR).
“A conclusão da Fase A marca um importante avanço no desenvolvimento desse projeto que vai transformar o setor aeroespacial brasileiro. Estamos comprometidos em desenvolver soluções tecnológicas de ponta que consolidem o Brasil como um player estratégico no setor aeroespacial global”, disse Wilson Toyama, diretor da Unidade de Negócios de Lançadores e Sistemas de Armas da Akaer.
Inovações
O VLN AKR é fruto de uma parceria entre a Akaer e as empresas Acrux, BRENG e EMSISTI, com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O veículo pretende ser leve, compacto e capaz de inserir cargas úteis em órbita circular equatorial de até 450 km.
Seu projeto se destaca pelo uso de tecnologias avançadas, como propulsores leves e motores fabricados com materiais compostos, que oferecem maior eficiência e redução significativa de peso; controle vetorial de empuxo para maior precisão – assegura que o veículo siga exatamente a trajetória planejada; arquitetura eletrônica compacta – garante a operação e controle do veículo lançador com peso e volume minimizados.
Essas tecnologias, todas desenvolvidos por técnicos brasileiros, reduzem os custos de fabricação e operação, tornando o VLN-AKR mais acessível e sustentável.
“Encerramos a fase de opções, na qual validamos o projeto conceitual e revisamos requisitos técnicos e funcionais. Agora, seguimos para a fase B, focados nas definições preliminares e na Revisão Preliminar de Projeto”, explica Wilson Toyama.
Legado espacial
Com sede no Maranhão, a Acrux vai produzir os propelentes e fabricação de motores do VLN-AKR em suas instalações. Essa iniciativa, inédita na região, impulsiona a economia local, gera empregos qualificados e transforma o estado em um polo aeroespacial estratégico para o país.
A BRENG Engenharia e Tecnologia é responsável pelo Sistema de Separação de Estágios, Sistema de Abertura da Coifa, Deployer do Satélite e Sistema de Terminação de Voo, todos essenciais para a segurança e eficiência das operações. A atuação da empresa é focada em soluções críticas que garantem o funcionamento preciso do veículo lançador.
Já a EMSISTI está desenvolvendo o computador de bordo e o software de gerenciamento de voo. A empresa trabalha com tecnologias avançadas, focada em hardware e software embarcados e se destaca pela atuação em satélites de Pequeno Porte (Cubesats, Nanossatélites e Microssatélites).
O projeto também conta com a colaboração de Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) e de profissionais altamente qualificados, incluindo especialistas que participaram de programas históricos do setor espacial brasileiro.
A previsão é que o primeiro lançamento do VLN-AKR ocorra no primeiro semestre de 2027. Com isso, o Brasil busca se unir ao seleto grupo de apenas 13 países no mundo capazes de realizar lançamentos orbitais de forma independente.