A capitão aviadora Jeciane Ribeiro de Lima Victório tornou-se a a primeira mulher militar da Força Aérea Brasileira, e do mundo, a pilotar e comandar o KC-390 Millennium, fabricado pela Embraer Defesa e Segurança e atualmente o maior avião cargueiro da FAB. “Nunca imaginei, ao menos no curto prazo, que iria alcançar tal feito”, revela a capitão de 32 anos.
Especializada em Aviação de Transporte, ela explorou diversos esquadrões e aeronaves, começando com o avião que deu origem a Embraer, o C-95 Bandeirante, e progredindo na carreira até alcançar a pilotagem e o comando do quadrimotor C-130 Hércules, avião icônico que está sendo substituído pelo KC-390 Millennium não só no Brasil como pelo mundo afora.
A então 1º tenente aviadora Jeciane Ribeiro de Lima Victório e o C-105 Amazonas. Firma: FAB
Nos planos desta brasileira nascida em Campo Grande (Mato Grosso do Sul), estão a melhoria contínua da sua pilotagem com um objetivo em mente: tornar-se qualificada para voar missões com destino a Antartida, onde a FAB faz o ressuprimento da EACF (Estação Antartica Comandante Ferraz), dentro do PROANTAR!
A capitão Jeciane ingressou em 2012 na Academia da Força Aérea (AFA), órgão de formação inicial de aviadores da FAB, localizada em Pirassununga (SP).
Em 2015, seguiu na aviação de transporte, uma das três possibilidades após concluir o curso (as outras duas são aviação de caça ou aviação de asas rotativas, os helicópteros).
Ficou um ano em Natal (RN), onde concluiu sua especialização, voando uma aeronave C-95 Bandeirante no Esquadrão Rumba. Passado este período, se deslocou para Belém (PA), onde foi a primeira mulher a comandar um avião no 1º Esquadrão de Transporte Aéreo, batizado de Tracajá, operando o C-98 Caravan.
Já promovida a capitão, Jeciane posa junto ao Hércules, que dominou antes de chegar ao KC-390. Firma: FAB
Em 2020, pôde voltar à sua terra natal, voando, também, o C-105 Amazonas, avião cargueiro capaz de transportar cerca de 70 soldados ou 40 paraquedistas, e fabricado pela Airbus Militare. Após um ano, foi transferida para o Esquadrão Gordo, localizado no Rio de Janeiro, onde operou o C-130 Hércules, recentemente aposentado da FAB.
As Pioneiras
As mulheres são presença comum nas cabines de pilotagem da Força Aérea Brasileira desde 2003, quando a primeira turma com 11 cadetes começou a sua jornada para se tornarem oficiais aviadoras e conheceram suas designações de função.
Dessa safra de 11 pioneiras destacaram-se a hoje major aviadora Carla Alexandre Borges, primeira mulher a pilotar um caça Embraer A-1 AMX em maio de 2011, e empregar armamento real já no ano seguinte.
A oficial aviadora Carla Alexandre Borges no cockpit do seu caça A-1 AMX. Firma: FAB
Em 2016, a major pilotou aeronaves do Grupo de Transporte Especial, ou GTE, responsável por transportar o presidente da república e altas autoridades governamentais. Hoje, a oficial está destacada no Comando Aeroespacial ou COMAE.
Outra militar dessa turma pioneira de 11 mulheres a destacar-se foi a então 1° Tenente Aviadora Joyce de Souza, a primeira aviadora da FAB apta a pilotar uma aeronave de transporte C-130 Hércules, no Esquadrão Gordo (1º/1º GT).
Formada na Academia da Força Aérea em dezembro de 2006, a oficial aviadora foi a segunda a pilotar esse tipo de aeronave em todas as Forças Aéreas da América Latina.
A então 1º tenente aviadora Joyce de Souza nos controles de um Lockheed C-130 Hércules do esquadrão Gordo. Firma: FAB