Novos helicópteros para o Exército Brasileiro, do tipo Black Hawk, já foi pauta de vários artigos publicados por Infodefensa nos últimos oito anos.
Em 2015, aventava-se a possíbilidade da criação de um "centro de manutenção de helicópteros" e posteriormente uma linha de montagem no interior do Estado de São Paulo, o que não aconteceu.
Um dos quatro HM-2 Black Hawk originais, usados na MOMEP a partir de 1995 e integrados ao 4º BAVEx em 1999. Foto: Roberto Caiafa
Em julho de 2021, o tema voltou a ser notícia com a decisão pela reorganização da frota da aviação do Exército, mantendo em Manaus os Black Hawk e Pantera e transferindo para Campo Grande (MS) e Taubaté (SP) os Cougars MK.8 (Airbus Helicopters ) criando na Aviação do Exército a chancela "helicóptero amazônico" para o Black Hawk baseado em Manaus.
Essa viagem foi cancelada a dias de realizar-se, e o assunto "Black Hawks para o EB" saiu dos highlights temporariamente.
Com a mudança de governo em 2023, o novo comandante do Exército Brasileiro, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva deu seguidas declarações públicas onde reforçou que "novos helicópteros para a Amazônia seriam uma prioridade", chegando a colocar essa aquisição na frente de outros Programas Estratégicos do Exército.
Hangar do 4º BAVEx em Manaus (AM). Foto: Roberto Caiafa
Durante o mês de agosto corrente, o Alto Comando do Exército, de posse das informações reunidas pelo Grupo de Estudos criado em 2019, e dentro de um contexto prioritário, teria se decidido pela aquisição de 12 a 16 exemplares novos, de fábrica, do helicóptero Black Hawk na versão Sikorsky UH-60M Black Hawk (ou S-70i), relativamente mais modernos que 16 desses helicópteros operados pela Força Aérea Brasileira em dois Esquadrões destinados a missões do tipo SAR/C-SAR/Transporte/Utilitário/Operações Especiais.
Essas máquinas, adquiridas via FMS (Foreign Military Sales), teriam a capacidade de receber a integração e disparar mísseis ar-solo guiados anti-carro (ATGM), foguetes guiados e outros armamentos inteligentes, mantendo sua habilidade operacional de manobra, transporte e apoio logístico pelo ar, configurando assim uma aeronave de asas rotativas multimissão ideal para o ambiente amazônico e do centro-oeste fronteiriço.
HM-3 Cougar MK.8 durante missão C-SAR com Forças Especiais resgatando pilotos abatidos atrás das linhas inimigas. Foto: Roberto Caiafa
Essa compra vai substituir os quatro aparelhos HM-2 Black Hawk mais antigos do 4º BAVEx, e os oito aparelhos HM-3 Cougar MK.8 divididos entre Taubaté, no 2º BAVEx, e Campo Grande, no 3º BAVEx.
Não haverá, pelo menos nessa momento, um aumento da frota, mas uma recomposição gradual enquanto as antigas aeronaves forem sendo desativadas a partir de 2024.
Os Black Hawk novos, segundo o planejamento do Alto Comando do Exército, chegariam a partir do 2º semestre de 2025, a razão de dois por ano durante cinco anos, com quatro aparelhos finais entregues no último ano, 2029.
Os Black Hawk do 4º BAVEx já estão próximos de completar 30 anos de serviços. Foto: Roberto Caiafa
Dessa forma, será possível manter os níveis de disponibilidade atuais enquanto aeronaves desativadas cedem peças e componentes para aparelhos HM-2 e HM-3 mantidos em serviço.
Para sagrar-se escolhido, o Sikorsky UH-60M Black Hawk (ou S-70i) superou nas avaliações do Exército Brasileiro os modelos AW139M e AW149, da Leonardo, e o norte-americano Bell UH-1Y Venon.
Os quatro Black Hawk atuais do 4º BAVEx vão completar 30 anos de serviço em 2025, e os Cougar MK.8 já estão completando 22 anos de serviço.
São os únicos modelos da atual frota da Aviação do Exército que não foram modernizados, e o grau de obsolescência dessas máquinas geram diversas dificuldades logísticas devido a aviônica analógica e motores de geração anterior, aumentando os custos de manutenção e hora de voo.
A obsoleta aviônica analógica de um HM-3 Cougar MK.8 - Foto: Roberto Caiafa