O final do ano de 2017 pode ser considerado um marco na recente história da Marinha do Brasil.
Após “cortar na carne” e determinar a desmobilização do NAe A-12 São Paulo, a Marinha viu-se premida pela necessidade de incorporar com urgência novas escoltas de superfície modernas, pois a degradação das fragatas disponíveis é irreversível, devido a idade do material e obsolescência como sistema de armas.
Com as dificuldades orçamentárias, a crise fiscal e a grande soma necessária para viabilizar o PROSUPER e suas escoltas de 6.000 toneladas (fragatas), um “plano B” tomou forma nos corredores do Ministério da Defesa e Comando da Marinha do Brasil.
O caminho seria apostar em corvetas pesadamente armadas multimissão. Assim, foi lançado o “Projeto Corveta Classe Tamandaré“.
Na estratégia montada pelo Almirantado e pelo Ministro da Defesa, Raul Jungmann, a empresa pública EMGEPRON** assumiu um papel fundamental, recebendo uma capitalização de recursos garantida através de um importante apoio político dos ministros Fazenda e do Planejamento, e do presidente Michel Temer.
**Está em tramitação no Congresso projeto de lei que abre crédito especial para capitalização da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) em R$ 500 milhões, para início da construção das corvetas.
A lei viabilizará a capitalização a fim de iniciar o Programa de Recomposição do Núcleo do Poder Naval a partir da construção das quatro corvetas, em estaleiros nacionais, com transferência de tecnologia e participação de estaleiro/parceiro estrangeiro.
No dia 19 de dezembro último, essas estratégias foram consolidadas com a apresentação pública do Request for Proposal (Solicitação de Propostas) aos estaleiros interessados, durante concorrido evento na Escola de Guerra Naval, prestigiado por quase todos os almirantes da ativa e uma significativa platéia de empresários, representantes de instituições de pesquisa e convidados.
O ministro Raul Jungmann e o comandante da Marinha do Brasil, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira aproveitaram a ocasião para anunciar a compra do navio multifunção HMS Ocean, da Real Marinha Britânica (Royal Navy), avaliado em £ 84 milhões de libras esterlinas.
Segundo o ministro, essa aquisição será feita com recursos próprios. Jungmann complementou a sua fala informando que a construção de navios patrulha é outro programa da força que deverá ser contemplado em breve com novos contratos.
· O Projeto “Corveta Classe Tamandaré” receberá um investimento da ordem de US$ 1,6 bilhão. · Esses navios serão construídos visando atender tanto o mercado de defesa nacional quanto o internacional. · A encomenda da Marinha do Brasil, anunciada no último dia 19 de dezembro, tem como previsão de entrega da primeira corveta um prazo de quatro anos após a data de assinatura do contrato com o estaleiro vencedor da concorrência. · As três corvetas que completam o lote devem estar entregues e em serviço antes de completados um prazo de oito anos.
A Marinha do Brasil, por meio da Diretoria de Gestão de Programas da Marinha(DGePM), informa que a Solicitação de Propostas (RFP) para o Projeto “Corveta Classe Tamandaré”, divulgada no último dia 19 de dezembro, após as devidas qualificações jurídicas, foi encaminhada para as seguintes empresas interessadas no processo:
– BAE Systems Ltda – Chalkis Shipyards S A – Damen Schelde Naval Shipbuiding BV – Fincantieri SpA – Naval Group BR – Navantia S A – Posco Daewoo do Brasil – Rosoboronexport Joint Stock Company – SAAB AB – Thyssenkrupp Marine Systems GmbH – Wuhu Shipyard CO Ltd – Zentech do Brasil Serviços Técnicos Ltda
O período de distribuição da RFP para as demais empresas nacionais e internacionais que venham a expressar interesse pelo Projeto “Corveta Classe Tamandaré” se encerra no dia 19 de janeiro de 2018.
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA
Imagens: Marinha do Brasil / Agência Brasil / Royal Navy