Há 59 anos, o dia 03 de fevereiro ficou marcado como o Dia da Aviação de Asas Rotativas devido a um impressionante feito de coragem e perícia, no Sul do Congo, onde tripulantes de um helicóptero H-19, a serviço da Organização das Nações Unidas (ONU), realizaram a primeira missão real de resgate em combate na história da Força Aérea Brasileira.
Por suas conhecidas características do versatilidade e flexibilidade, essas aeronaves podem decolar e pousar em locais de difícil acesso, pois precisam de pouco espaço para executar a ação. Os vetores, pela capacidade de manter o voo pairado, tornam-se ideais para ações de salvamento, infiltração, exfiltração, entre outras.
Mapa das bases e Unidades Aéreas da FAB
Atualidade da Frota
H-36 Caracal (H225M)
Em junho de 2023 a FAB recebeu mais uma aeronave H-36 Caracal, na versão operacional, o FAB-8522. A aquisição é fruto do projeto H-XBR, que envolve a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira, e permitiu a compra de 47 helicópteros (os outros três são destinados a Presidência da República).
O contrato prevê a montagem de unidades no Brasil, por meio do consórcio Airbus/Helibras em Itajubá (MG). Com essa remessa, a Força Aérea totaliza o recebimento de 13 aeronaves, com previsão de recebimento de mais dois vetores, encerrando as entregas com vários atrasos, entre 2024 e 2025.
O sistema de reabastecimento em voo por meio de lança retrátil (probe and drogue). Foto: Roberto Caiafa
O FAB-8522, que já está sendo operado pelo Primeiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (1°/8° GAV) – Esquadrão Falcão, sediado em Natal (RN), traz uma potencialidade inédita para a Aviação de Asas Rotativas, um sistema de reabastecimento em voo por meio de lança retrátil (probe and drogue), permitindo uma melhor capacidade de atuação e maior autonomia da aeronave em missões de longa distância.
A nova unidade do Caracal está equipada com um moderno sistema de autodefesa, o EWS (Electronic Warfare System), capaz de detectar mísseis atacantes e acionar chaff e flare, dispositivos que podem “enganar” o sistema de guiamento do armamento inimigo e proteger a tripulação.
Dentre os helicópteros usados pelas Forças Armadas Brasileiras, apenas as versões operacionais do H-225M possuem sistemas de autodefesa dessa categoria.
Outro esquadrão que opera o H-36 Caracal é o Terceiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (3º/8º GAv), conhecido como Esquadrão Puma.
Essa unidade de asas rotativas tem suas origens na Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação (1ª ELO), que participou da campanha brasileira na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
No dia 27 de novembro de 2015, o Esquadrão Puma recebeu o seu primeiro Helibras (Airbus Helicopters) H-36 Caracal e os H-34 Super Puma utilizados anteriormente foram desativados.
Os H-36 proporcionaram uma elevação do padrão operacional do Esquadrão Puma, que tem entre as suas principais tarefas as missões de transporte e diversos tipos de missões especiais, tais como: infiltração e exfiltração de tropas, Busca e Salvamento (SAR) e Busca e Salvamento em Combate (C-SAR). Boa parte de suas missões é realizada em conjunto com outras Unidades do Exército e da Marinha, além de cumprir missões humanitárias e de socorro a vítimas em casos de desastres naturais.
Trio de helicópteros médios H-36 Caracal da FAB na Base Aérea de Campo Grande. Foto: Roberto Caiafa
H-36 Caracal
O H-36 Caracal multimissão opera conjuntamente com a Marinha no NAM Atlântico inclusive a noite com emprego de NVG. Foto: Roberto Caiafa
H-50 Esquilo
A tenente aviadora Maria Luisa Michelon Silveira tornou-se a primeira mulher a ser qualificada como instrutora de voo na aeronave H-50 Esquilo, em meados de 2022.
Esse modelo de helicóptero é utilizado para forjar os futuros pilotos de combate da Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Curso de Especialização Operacional em Asas Rotativas (Ceoar), ministrado no Primeiro Esquadrão do Décimo Primeiro Grupo de Aviação (1º/11º GAV)-Esquadrão Gavião, sediado em Parnamirim (RN).
Além da aeronave H-50, a tenente aviadora foi homologada como Instrutora de Voo nas aeronaves H-60 Black Hawk e C-98 Caravan.
Nesse período, realizou diversas missões operacionais, bem como contribuiu para a elevação operacional de outros pilotos.
A missão do Instrutor de Voo apresenta-se como uma das atividades mais nobres da Instituição, e desde a criação do Ministério da Aeronáutica, os conhecimentos adquiridos são aprimorados e retransmitidos por mais de oito décadas de história. “Sentimento de muito orgulho em ser a pioneira e espero que isso possa abrir caminhos e incentivar outras mulheres a lutarem por seus espaços e alcançarem seus objetivos, independe da área de atuação”, finaliza a oficial.
O H-50 Esquilo é voltado para as missões de formação e treinamento de pilotos de asas rotativas. Foto: Roberto Caiafa
H-50 Esquilo
O H-50 Esquilo é montado pela Helibras (Airbus Helicopters) na cidade de Itajubá (MG). Foto: Roberto Caiafa
H-60 Black Hawk
De acordo com o major Frederico de Brito Machado, oficial de operações do Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7º/8º GAV-Esquadrão Hárpia), o H-60 oferece confiabilidade e desempenho, uma vez que demonstra versatilidade e prontidão em suas desafiadoras missões.
Devido a todas essas funcionalidades, é evidente a importância do H-60 Black Hawk para as ações de resgate da saúde indígena, como as realizadas no início de 2023 (e que ainda estão acontecendo). É a única aeronave que conseguiu, efetivamente, chegar às mais de 300 aldeias indígenas localizadas em Território Yanomami. Isso ocorre porque a infraestrutura da região não é compatível com pousos de aeronaves de asas fixas. Assim, apenas o helicóptero consegue chegar com facilidade.
“Para chegarmos às aldeias, precisamos apenas de um espaço pequeno, de cerca de 30 metros, e conseguimos, ainda assim, pousar com segurança. Fazemos uma aproximação controlada e os alimentos e a ajuda chegam a todos que ali estão”, explica o major Brito.
Dois H-60 BlackHawk da FAB na Base Aérea de Campo Grande. Foto: Roberto Caiafa
Operado pelo 7º/8º GAV-Esquadrão Hárpia, o H-60 atua diariamente em toda a região Yanomami desde o dia 20 de janeiro de 2023, quando foi acionado pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae) para atuar nessa missão.
O Esquadrão Hárpia, sediado na Base Aérea de Manaus (BAMN), emprega a aeronave H-60 Black Hawk nas ações de Busca e Salvamento, Busca e Salvamento em Combate, Evacuação Aeromédica, entre outras. Atualmente, o 7º/8º GAV conta com 75 militares entre pilotos, mecânicos, operadores de equipamento e os homens de resgate.
O Esquadrão Pantera, sediado em Santa Maria (RS), realiza um grande escopo de missões.
Devido à versatilidade da H-60 Black Hawk, o 5º/8º GAV ajuda o país nas mais diversas áreas de atuação, desde o transporte de vacinas para os mais inóspitos locais da Amazônia até a garantia de uma votação segura, proposta na entrega de urnas para os cidadãos residentes em locais ermos do Brasil.
O Esquadrão Pelicano, Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAV), sediado na Base Aérea de Campo Grande (BACG), emprega a aeronave H-60 Black Hawk em missão de manutenção do preparo técnico-profissional para realizar ações de Busca e Salvamento, Socorro em voo, Evacuação Aeromédica, dentre outras.
Com marcante atuação em todo o território nacional e no exterior, o Esquadrão Pelicano é a única Organização Militar das Forças Armadas cuja função precípua é a salvaguarda da vida humana.
Já o Esquadrão Poti, 2º/8ºGAV, situado em Porto Velho (RO), atuou por anos ao longo da vasta fronteira terrestre, bem como adaptação para missão sendo delegado o cumprimento das Ações de Força Aérea de Busca e Salvamento, Busca e Salvamento em Combate e Escolta a fim de garantir a soberania brasileira.
Atualmente o Esquadrão encontra-se aguardando uma definição do seu status, após a desativação dos helicópteros de ataque AH-2 Sabre (MIL-Mi35), concretizada ao final de 2022.
Células de AH-2 Sabre desativadas pela Força Aérea. Foto: Arquivo Pessoal
H-60 Black Hawk
Forças Especiais da Força Aérea (Parasar), um cliente comum para os H-60 Black Hawk da FAB. Foto: Roberto Caiafa