O Comando de Aviação do Exército Brasileiro (Cavex) está baseado na cidade de Taubaté, São Paulo, sendo vinculado ao Comando de Operações Terrestres em Brasília, e ao Comando Militar do Sudeste. Os 1º e 2º Batalhões de Aviação estão baseados em Taubaté. O 3º e o 4º batalhões de aviação estão respectivamente em Campo Grande e Manaus, subordinados aos Comandos Militares do Oeste e da Amazônia, e há um destacamento em Belém, no Comando Militar do Norte.
Recriada na segunda metade dos anos de 1980 do século XX, a Aviação do Exército, extinta em 1941 com a criação do Ministério da Aeronáutica, retomou suas atividades equipada somente com asas rotativas. Como forma de consolidar a indústria nacional de helicópteros, representada pela Helibras, a Força Terrestre colocou grandes encomendas de helicópteros Fennec/Esquilo e AS565 Panther.
Dois UH-60L do 4° Batalhão de Aviação do Exército realizando adestramento conjunto com tropas da 3ª Companhia de Forças Especiais, subordinada ao Copesp. Foto: C. J. Van Der Ende
Nesse contexto, em 3 de setembro de 1986, através do Decreto n° 93.206, é criada a Aviação do Exército Brasileiro, um verdadeiro renascimento da Aviação Militar. No mesmo ano é criado o 1º Batalhão de Aviação do Exército e a Diretoria de Material de Aviação do Exército.
Em 21 de abril de 1989 ocorre a entrega do primeiro helicóptero da Aviação do Exército, de uma encomenda de 16 (dezesseis) aeronaves, modelo HB.350L1 Esquilo e designado HA-1. Em novembro do mesmo ano, é criada a Brigada de Aviação de Taubaté e a Base de Aviação de Taubaté. Em 1990, chegam os primeiros helicópteros de manobra, de uma frota de 36 (trinta e seis) aeronaves, modelo AS.365K Pantera, com a designação HM-1. Em 1991 é criado o Núcleo do Centro de Instrução de Aviação do Exército.
O H-225M, o maior helicóptero operado pela Aviação do Exército. Foto: EB
No mesmo ano, a Patrulha Cruzeiro, batismo de fogo da Aviação do Exército, presta apoio inédito, com quatro aeronaves, para a Operação Traíra, fronteira do Brasil com a Colômbia (em um ataque ataque dos guerrilheiros das FARC ao Pelotão de Fronteira do Rio Traíra, com a morte de tres soldados brasileiros).
Novas Criações
A partir de então, o destacamento criado pela demanda dessa missão ficou de maneira permanente em Manaus, vindo a se transformar no 4º Esquadrão de Aviação do Exército, atual 4º Batalhão de Aviação do Exército. Também em 1991, é criado o Batalhão Logístico de Aviação do Exército, que se transformaria, dois anos depois, no Batalhão de Manutenção e Suprimento de Aviação do Exército.
Em 1992, face à grande demanda de horas de voo, foram adquiridas 20 aeronaves AS.550A2 Fennec, também designadas HA-1, com a finalidade de realizar missões de reconhecimento e ataque; e em 1993, é criado o Comando de Aviação do Exército, substituindo a Brigada de Aviação do Exército.
O HA-1 armado com foguetes de 70mm e metralhadora de 12,7mm. Foto: EB
Dentro desse Grande Comando, no mesmo ano, nascem o 2º Esquadrão de Aviação do Exército e o 3º Esquadrão de Aviação do Exército, atualmente com as designações de 2º Batalhão de Aviação do Exército e 3º Batalhão de Aviação do Exército. Em 1997, a Aviação do Exército recebe quatro aeronaves Sikorsky UH-60L Black Hawk para participarem da Missão de Observadores Militares Equador-Peru.
Pantera, Blackhawk e Cougar MK.8 voando juntos. Foto: EB
A missão teve várias fases e perdurou até 1999. Designado HM-2, o Black Hawk introduziu a doutrina de emprego com Óculos de Visão Noturna ou NVG/OVN. Em 2002, a Aviação do Exército passa a receber um novo modelo de aeronave com maior capacidade. Designados como HM-3, foram recebidos oito modelos Eurocopter AS532UE Cougar.
Helicópteros HM-1 Pantera voam baixo em um rio da Amazônia, evitando serem detectados. Foto: EB
Em 2009, o 3º Batalhão de Aviação do Exército iniciou a sua transferência para Campo Grande Mato Grosso do Sul. No ano seguinte, tem início o recebimento das aeronaves Airbus Helicopters H225M Jaguar.
Modernização
Atualmente é o maior helicóptero em serviço na Força Terrestre. Na última década, a Aviação do Exército iniciou o processo de modernização das suas aeronaves, começando pelo HM-1 Pantera e depois expandindo para o HA-1 Esquilo e Fennec.
Sempre presente em todo o território nacional, a Aviação do Exército destaca-se no cumprimento de missões com voos de resgates, missões de misericórdia, apoios a calamidades públicas em missões de transporte de pessoas, de feridos, de cargas, mantimentos, águas, roupas e itens básicos para a sobrevivência humana.
Infiltração de forças especiais em operações ribeirinhas, uma especialidade brasileira. Foto: EB
Em 2014 é criada e ativada a Companhia de Comunicações do Comando de Aviação do Exército. A partir de 2017, a Aviação do Exército é incluída nos Programas Estratégicos do Exército Brasileiro.
Na atualidade, o setor sul do Forte Ricardo Kirk, a mais importante base da Aviação do Exército, possui um Batalhão de Manutenção e Suprimento de Aviação do Exército, novo hangar do Centro de Instrução de Aviação do Exército, as instalações da Divisão de Simulação da Aviação do Exército e o Pavilhão do Curso de Formação e Graduação de Sargentos.
Os mísseis
O projeto do Siaaih (Sistema de Armamento Axial e Imageamento de Helicópteros 24 da Aviação do Exército) tem por objetivo entregar uma nova capacidade de ataque (especialmente a noite) e de comando e controle, usando os helicópteros modernizados Pantera K2 e HA-1M como plataforma.
Cockpit modernizado do HA-1M Esquilo/Fennec brasileiro. Foto: Exército Brasileiro
Todos os componentes do Siaaih são compatíveis com o uso de Óculos de Visão Noturna (OVN) de 3ª Geração, classe B, os pilotos voando os novos HMD ou Helmet Mounted Display a serem adquiridos, junto com os novos Electro-Optical Platform (EOP) com sensores Infrared (IR), (modos white-hot e black-hot) e sensor Camcorder–CCD TV colorido.
Um novo sistema de comunicações integrado deverá ser capaz de receber e enviar dados gerados por esses sistemas e sensores, assim como disponibilizar dados para a manutenção e análise review em treinamentos. Esse sistema vai disparar foguetes de 70mm e acionar metralhadoras de 7,62mm/12,7mm com uma precisão nunca antes alcançada pela Aviação do Exército, maximizando a letalidade dessa combinação de armamento.
Pantera K2 e HA-1M, as plataformas que irão operar o Spike LR 2. Foto: Roberto Caiafa
A novidade em poder de fogo realmente moderno é a inclusão dos mísseis ar-solo Spike LR2 de 5a geração, um míssil do tipo “dispare e esqueça” com cabeça de guiamento inteligente talhado para engajamentos de longa distância sendo operado pela infantaria, veículos blindados, helicópteros de ataque e embarcações navais.
Destinado inicialmente para emprego a partir de aeronaves turboélice de ataque leve de asa fixa e plataformas de reconhecimento armado, o Spike LR2 é otimizado para combates ar-superfície dia/noite em todos os climas contra alvos estáticos ou em movimento, incluindo artilharia de defesa aérea em camadas (ADA-Air-Defence Artillery), sistemas móveis de mísseis terra-ar, plataformas terrestres blindadas e infraestruturas localizadas em áreas urbanas.
O míssil ATGM de longo alcance Rafael Spike LR2. Imagem: Rafael Defense Systems