Caracal produzirá armas no Brasil em 12 meses criando 1.250 postos de trabalho

O empresário goiano Paulo Humberto Barbosa e a empresa Delfire Industria e Comércio de Extintores, com sede no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), firmaram nesta quinta-feira (06/10), em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, acordo com a Caracal International LLC, que tem como CEO Hamad Al Almeri, para a instalação de uma planta industrial dessa empresa naquele Estado brasileiro.

A unidade em planejamento deverá ser voltada para a produção de armamentos e munições exclusivas para forças de segurança pública do Brasil e com atenção voltada para o mercado da América Latina.

De acordo com o memorando de entendimento, as três partes se comprometem a trabalhar no sentido de viabilizar a instalação de uma indústria da Caracal no Brasil, buscando a aprovação inicial do governo para a fabricação de armamentos. Se comprometem, também, a construir um plano de viabilidade para o empreendimento. Devem, ainda, elaborar um projeto para o início das atividades da indústria, primeiramente para montagem de peças (CKD) e avançando para a fabricação de armas.

Assinaram o memorando Hamad Al Almeri, presidente da Caracal International, os empresários Paulo Humberto Barbosa e Augusto de Jesus Delgado, CEO da empresa Delfire Industria e Comércio de Extintores. Representando o Governo de Goiás, Luis Maronezzi (SED) e Emmanuel Henrique (SSPAP). A previsão é de que sejam gerados com a consolidação da iniciativa cerca de 1.250 empregos diretos e indiretos.

A partir desse compromisso, serão providenciados os documentos, contratos e licenças para regulamentar o acordo nos próximos meses, com a vinda dos dirigentes da Caracal a Goiás. Para o empresário Paulo Humberto "A vinda da fabricante de armas dos Emirados Árabes para o Brasil pode envolver outras linhas de montagem do grupo, que inclui a produção de veículos blindados para as forças policiais, drones e munição”, acentuou.

Para o empresário Augusto de Jesus Delgado Júnior, a assinatura do memorando de intenções representa uma quebra de paradigmas, trata-se da primeira indústria bélica estrangeira a ser instalada no país em décadas. O acordo firmado de implementação da Caracal Brasil prevê o seu funcionamento em aproximadamente 12 meses, a partir da assinatura deste acordo (outubro de 2017).

Atualmente, a Caracal tem como chefe de Operações o engenheiro Robert Rich, reconhecido mundialmente pelo seu trabalho em empresas de armamentos como a Heckler & Koch GmbH (H & K) e SIG Sauer GmbH & Co.KG, entre outras. A empresa dos Emirados produz uma linha de armas especiais que inclui fuzis, snipers, pistolas, metralhadoras semiautomáticas, carabinas automáticas, munição e acessórios para armas.

Potencialidades

Na visita às fábricas da Caracal, o superintendente Executivo de Desenvolvimento Econômico (SED), Luis Maronezzi, apresentou aos dirigentes as potencialidades do estado de Goiás, assim como a logística e a infraestrutura e os incentivos do governo estadual para os investidores nacionais e internacionais. Durante a exposição, destacou a localização estratégica do estado de Goiás e, em especial, da cidade de Anápolis, que fica entre Goiânia e Brasília (Distrito Federal), respectivamente as capitais do estado e do país, e a plataforma logística multimodal de transporte que facilita a inserção dos produtos no mercado brasileiro e latino-americano.

Nota do Autor: A se observar a reação de empresas brasileiras de armamentos a essa novidade, pois isso pode significar a quebra do monopólio de mercado da Taurus, algumas vezes dividido com a Imbel, outra interessada nessa manobra dos Emirados Árabes Unidos no mercado latino americano.

Imagem: Diário da Manhã